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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

SHIVA – OM NAMAH SHIVAYA



O Mantra OM NAMAH SHIVAYA é um mantra de evocação a Shiva. A tradução literal do mantra seria "Eu Saúdo o Senhor Shiva". Shiva é, segundo a tradição hindu, o terceiro aspecto da trindade. Ele possui vários epítetos (atributos), sendo os mais conhecidos "transformador, o de doce efulgência, o de três olhos" (tryambake)... No entanto, a palavra Shiva é literalmente "o Benevolente". Shiva é a Consciência Pura, o fundamento original do Ser. No yoga e nas correntes védicas ele é chamado de Brahman. Brahman e Shiva representam o mesmo princípio: O Todo, o Absoluto, o Fundamento Original do Ser. Sendo assim, Shiva é normalmente retratado em postura yogue, com rosto sereno, plácido e sempre em paz. Sendo O TODO, nada está fora dele, e portanto, ele é sempre o mesmo, igual em todas as circunstâncias.

Mas a maioria das pessoas associa Shiva a movimento, pois está associado a transformação, mudança. E como acabamos de ver, ele é pura quietude, visto que SEMPRE É O MESMO. Se é assim, por que associar ele a transformação, ou até mesmo à destruição? Parece que temos um paradoxo ai, não é mesmo?

Mas isso é só aparente. 

Sendo Shiva a Consciência Pura, o Fundamento do Ser, quando evocado ou "sintonizado", tende a iniciar o "movimento de ajuste de foco" em nós mesmos. Assim, a "energia" de Shiva tem a propriedade de nos mostrar a Realidade Última, ou seja, a nossa própria natureza essencial. Shiva é o destruidor... das ilusões! 

Quando isso ocorre, as dualidades da realidade aparente em que vivemos tendem "a se chocar", causando uma sensação aparente de desordem ou mudança. 

Na verdade, as mudanças ou "viradas de cabeça" que a energia de Shiva provoca não é nada mais do que um "puxão para a Realidade". E quando falo realidade, não falo da realidade ordinária, do dia-a-dia. Falo da Realidade da Consciência como sendo uma e tudo. Falo de um puxão ou um fluxo de energia que se cria no sentido de "movimentar as dualidades em nossa cara" e fazer com que surja a possibilidade de perceber o REAL, o essencial de tudo e em tudo. 

Como nossa realidade aparente está fundamentada no ego e na mente e seus mecanismos, nas carências emocionais, quando "chamamos" a Consciência/Realidade (Shiva), tudo parece "tremer", se desestabilizar. Mas, na verdade, o que ocorre é que iniciamos a busca pela quietude, ou, como Patanjali diz em seu Yoga Sutra, "se perceber na sua real natureza". Obviamente, nossa real natureza é conflitante com essa realidade aparente. Por tudo o que foi explicado, fica fácil entender o porque de associar Shiva a transformação.

Mas vale sempre lembrar: Shiva não faz nada! Ele é sempre o mesmo, quieto, perene e sempre benevolente. Quem se movimenta, quem "treme" é aquilo que chamamos de MENTE que, nas tradições do yoga, da vedanta e do tantra, é composta pelo Ego, Buddhi (mente sutil), Chitta (memórias) e Manas (mente densa). Mas isso é outra estória... :) 

Concluindo: O mantra Om namah Shivaya é algo como um chamamento pela realidade:

OM é o princípio da universalidade, do vir a ser, ou seja, é um gatilho.NAMAH é saúdo, felicito.SHIVAYA é Consciência, Fundamento do Ser.
OM NAMAH SHIVAYA é como um grito de "EU QUERO VER/VIVER A REALIDADE!!!!!" 

No entanto, essa Realidade a mente não alcança. OM NAMAH SHIVAYA é, pode-se dizer, o bija, ou a semente do Mahamrityunjaya Mantra:

Om Tryambakam Yajamahe
Sugandhim Pushtivardhanam
Urvarukamiva Bandhanan
Mrityor Mukshiya Maamritat 

Eu medito no Senhor de Três Olhos
O possuidor da doce efulgência que nutre todo o universo
Que ele possa arrancar meu ego
Da mesma forma que um agricultor arranca o pepino de sua árvore

Fontes: Youtube / http://www.yogashala.org.br/

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